sábado, 26 de setembro de 2009

Justiça condena professor

Depois de oito horas de julgamento, mestre de artes marciais é sentenciado a 17 anos de prisão pelo assassinato a facadas de adolescente em 2004. Defesa promete recorrer

Daniel Antunes

O professor de artes marciais Alberino José dos Santos, de 44 anos, foi condenado ontem a 17 anos de prisão, em regime fechado, depois de oito horas de julgamento no Tribunal do Júri do Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. Ele foi considerado culpado pelo assassinato do adolescente Rafael Anderson Carvalho, de 14 anos, em outubro de 2004. Segundo denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), a vítima teria sido atraída por outros dois adolescentes para a academia de kung fu de Alberino, no centro de Betim. No local, os menores encontraram o professor. Rafael teria sido dominado e obrigado a ingerir bebida alcoólica. Em seguida, conforme a acusação, o adolescente foi assassinado a facadas pelo acusado, com a ajuda de dois menores. O corpo foi encontrado no dia seguinte às margens da BR-381, perto da ponte sobre o Rio Paraopeba, em São Joaquim de Bicas.
Beto Magalhães EM/D.A PRESS

O julgamento começou às 8h de ontem e terminou por volta das 15h30. Sete jurados formaram o conselho de sentença. Preso desde novembro de 2004, Alberino negou ao juiz presidente do tribunal, Carlos Henrique Perpétuo Braga, qualquer envolvimento no homicídio. Mais de 10 testemunhas de defesa e de acusação prestaram depoimentos. As sustentações orais da defesa e do Ministério Público duraram cerca de duas. Os jurados condenaram o professor de artes marciais por quatro votos a três.

A advogada de defesa, Daniele Fernandes, informou ontem que pretende recorrer da sentença já na segunda-feira. "Quatro votos a três mostram que os jurados tiveram dúvidas. Vou só aguardar a decisão ser publicada ”, adiantou Danielle, que adotou como estratégia para inocentar o cliente a falta de provas. O professor foi levado para a Penitenciária José Maria Alkimim, em Ribeirão das Neves, onde vai cumprir a pena.

Juiz Carlos Henrique Perpétuo Braga proferiu
sentença condenatória de Alberino José Santos,
que foi recolhido a penitenciária em Neves

ALÍVIO Alberino foi condenado por homicídio triplamente qualificado (dificuldade de defesa para a vítima, corrupção de menor e ocultação de outro crime, que teria sido cometido pelo professor também em 2004). Depois da sentença, a família de Rafael manifestou-se aliviada com a condenação. "Esperava um pouco mais da justiça dos homens, já que essa pessoa conseguiu não só acabar com uma vida, mas destruiu toda uma família. São marcas que nem o tempo vai curar. Mas ele ainda vai responder pela justiça de Deus.
De qualquer forma o crime não ficou impune”, desabafou o pai do estudante, o comerciante Pedro Alberto de Aguiar, de 49.







"Esperava um pouco mais da justiça dos homens, já que essa pessoa conseguiu não só acabar com uma vida, mas destruiu toda uma família", Pedro Alberto de Aguiar, comerciante, pai da vítima


Beto Magalhães EM/D.A PRESS

Jornal Estado Minas 26/09/2009

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